terça-feira, 28 de outubro de 2008

Fotos do autor da obra






























Caracteristicas de Joao Cabral de Melo Neto

*Busca da poesia livre de taços pitorescos e sentimentais;
*Rigor metrico e semantico;
*Certo apuro formal e apreço pelos versos curtos;
*Busca do termo exato e da expressao precisa;
*Sao temas de seus textos a metalinguagem tipica do modernismo.

Biografia do autor da obra



João Cabral de Melo Neto nasceu na cidade de Recife - PE, no dia 09 de janeiro de 1920, na rua da Jaqueira (depois Leonardo Cavalcanti), segundo filho de Luiz Antônio Cabral de Melo e de Carmem Carneiro-Leão Cabral de Melo. Primo, pelo lado paterno, de Manuel Bandeira e, pelo lado materno, de Gilberto Freyre. Passa a infância em engenhos de açúcar. Primeiro no Poço do Aleixo, em São Lourenço da Mata, e depois nos engenhos Pacoval e Dois Irmãos, no município de Moreno.Em 1930, com a mudança da família para Recife, inicia o curso primário no Colégio Marista. João Cabral era um amante do futebol, tendo sido campeão juvenil pelo Santa Cruz Futebol Clube em 1935.Foi na Associação Comercial de Pernambuco, em 1937, que obteve seu primeiro emprego, tendo depois trabalhado no Departamento de Estatística do Estado.
Já com 18 anos, começa a freqüentar a roda literária do Café Lafayette, que se reúne em volta de Willy Lewin e do pintor Vicente do Rego Monteiro, que regressara de Paris por causa da guerra. 1942 marca a publicação de seu primeiro livro, Pedra do Sono. Em novembro viaja, por terra, para o Rio de Janeiro. Convocado para servir à Força Expedicionária Brasileira (FEB), é dispensado por motivo de saúde. Mas permanece no Rio, sendo aprovado em concurso e nomeado Assistente de Seleção do DASP (Departamento de Administração do Serviço Público). Frequenta, então, os intelectuais que se reuniam no Café Amarelinho e Café Vermelhinho, no Centro do Rio de Janeiro. Publica Os três mal-amados na Revista do Brasil.Em 1954 é convidado a participar do Congresso Internacional de Escritores, em São Paulo. Participa também do Congresso Brasileiro de Poesia, reunido na mesma época. A Editora Orfeu publica seus Poemas Reunidos. Reintegrado à carreira diplomática pelo Supremo Tribunal Federal, passa a trabalhar no Departamento Cultural do ItamaratyComo ministro conselheiro, em 1966, muda-se para Berna.
O Teatro da Universidade Católica de São Paulo produz o auto Morte e Vida Severina, com música de Chico Buarque de Holanda, primeiro encenado em várias cidades brasileiras e depois no Festival de Nancy, no Théatre des Nations, em Paris e, posteriormente, em Lisboa, Coimbra e Porto. Em Nancy recebe o prêmio de Melhor Autor Vivo do Festival. Publica A educação pela pedra, que recebe os prêmios Jabuti; da União de Escritores de São Paulo; Luisa Cláudio de Souza, do Pen Club; e o prêmio do Instituto Nacional do Livro. É designado pelo Itamaraty para representar o Brasil na Bienal de Knock-le-Zontew, na Bélgica. É eleito, em 15 de agosto de 1968, para a Academia Brasileira de Letras na vaga de Assis Chateaubriand.
Toma posse na Academia em 06 de maio de 1969, na cadeira número 6, sendo recebido por José Américo de Almeida. A Companhia Paulo Autran encena Morte e vida severina em diversas cidades do Brasil. É removido para a embaixada de Assunção, no Paraguai, como ministro conselheiro. Torna-se membro da Hispania Society of America e recebe a comenda da Ordem de Mérito Pernambucano. João Cabral era atormentado por uma dor de cabeça que não o deixava de forma alguma.
Ao saber, anos atrás, que sofria de uma doença degenerativa incurável, que faria sua visão desaparecer aos poucos, o poeta anunciou que ia parar de escrever. Já em 1990, com a finalidade de ajudá-lo a vencer os males físicos e a depressão, Marly, sua segunda esposa, passa a escrever alguns textos tidos como de autoria do biografado. Conforme declarações de amigos, escreveu o discurso de agradecimento feito pelo autor ao receber o Prêmio Luis de Camões, considerado o mais importante prêmio concedido a escritores da língua portuguesa, entre outros. Foi a forma encontrada para tentar tirá-lo do estado depressivo em que se encontrava. Como não admirava a música, o autor foi perdendo também a vontade de falar ("Não tenho muito o que dizer", argumentava). Era, sem dúvida, o nosso mais forte concorrente ao prêmio Nobel, com diversas indicações dos mais variados segmentos de nossa sociedade.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Analise da obra

Morte e Vida Severina, o texto mais popular de João Cabral de Melo Neto, é um auto de natal do folclore pernambucano e, também, da tradição ibérica. Foi escrito entre 1954-55. Naquela ocasião, Maria Clara Machado, que dirigia o teatro Tablado, no Rio, pedira que João Cabral escrevesse algo sobre retirantes. O poeta escreveu, então, um grupo de poemas dramáticos, para "serem lidos em voz alta" e os dedicou a Rubem Braga e Fernando Sabino, "que tiveram a idéia deste repertório".Está dividida em 18 partes; no entanto, outra divisão muito nítida pode ser feita quanto à temática: da parte 1 a 9, compreende-se o périplo de Severino até o Recife, seguindo sempre o rio Capibaribe, ou o "fio da vida" que ele se dispõe a seguir, mesmo quando o rio lhe falta e dele só encontra a leve marca no chão crestado pelo sol. Da parte 10 a 18, o retirante está no Recife ou em seus arredores e sofridamente sabe que para ele não há nenhuma saída, a não ser aquela que presenciou no percurso: a morte.Sua linha narrativa segue dois movimentos que aparecem no título: "morte" e "vida". No primeiro, temos o trajeto de Severino, personagem-protagonista, para Recife, em face da opressão econômico-social, Severino tem a força coletiva de uma personagem típica: representa o retirante nordestino. No segundo movimento, o da "vida", o autor não coloca a euforia da ressurreição da vida dos autos tradicionais, ao contrário, o otimismo que aí ocorre é de confiança no homem, em sua capacidade de resolver os problemas sociais.

Trechos da obra "Morte e Vida de Severina


"...E não há melhor resposta que o espetáculo da vida:vê-la desfiar seu fio,que também se chama vida,ver a fábrica que ela mesma,teimosamente, se fabrica,vê-la brotar como há pouco em nova vida explodida;mesmo quando é assim pequena a explosão, como a ocorrida; mesmo quando é uma explosão como a de há pouco, franzina;mesmo quando é a explosão de uma vida severina"


“Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra,no mesmo ventre crescidosobre as mesmas pernas finas,e iguais também porque o sangue que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos iguais em tudo na vida,morremos de morte igual,mesma morte severina: que é morte de que se morre de velhice antes dos trinta,de emboscada antes dos vinte,de fome um pouco por dia[...]“
Essa cova em que estás,com palmos medida,é a conta menor que tiraste em vida.
É de bom tamanho,nem largo nem fundo,é a parte que te cabe deste latifúndio.
Não é cova grande,é cova medida,é a terra que querias ver dividida.
É cova grande para teu pouco defunto mas estarás mais acho que estavas no mundo.
É uma cova grande para teu defunto parco,porém mais que no mundo te sentirás largo.
É uma cova grande para tua carne pouca,mas a terra dada não se abre a boca.”

Resumo da obra "Morte e Vida de Severina"

O retirante Severino deixa o sertão pernambucano em busca do litoral, na esperança de uma vida melhor. Entre as passagens, ele se apresenta ao leitor e diz a que vai, encontra dois homens (irmãos das almas) que carregamum defunto numa rede. Severino conversa com ambos e acontece um denúncia contra os poderosos, mandantes de crimes e sua impunidade. O rio-guia está seco e com medo de se extraviar, sem saber para que lado corria o rio, ele vai em direção de uma cantoria e dá com um velório. As vozes cantam excelências ao defunto, enquanto do lado de fora, um homem vai parodiando as palavras dos cantadores.. Cansado da viagem, Severino pensa em interrompê-la por uns instantes e procurar trabalho. Ele se dirige a uma mulher na janela e se oferece, diz o que sabe fazer. A mulher, porém é uma rezadeira. O retirante chega então à Zona da Mata e pensa novamente em interromper a viagem. Assiste, então, ao enterro de um trabalhador do eito e escuta o que os amigos dizem do morto. Por todo o trajeto e em Recife, ele só encontra morte e compreende estar enganado com o sonho da viagem: a busca de uma vida mais longa. Ele resolve se suicidar, como que adiantando a morte, nas águas do Capiberibe. Enquanto se prepara para o desenlace, conversa com seu José‚ mestre carpina, para quem uma mulher anuncia que seu filho havia nascido. Severino, então, assiste à encenação celebrativa do nascimento, como se fora um auto de Natal. Seu José tenta dissuadi-lo do suicídio.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

15 de Outubro dia do professor...

É com muita honra, que queremos homenajear todos os professores que existem no mundo pois, eles são ferramentas fundamentais e indispensáveis.
Sabemos, que não é fácil trabalhar com pessoas... e por isso mesmo parabenizamos vocês por conseguirem desenvolver os seus trabalhos com excelência.
Em especial desejamos parabenizar a nossa professora de língua portuguesa Deuzimar Miranda pelo seu carinho e atenção!!!!
Parabéns!!!!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Comentário da obra


No que diz respeito a Quincas Borba, as análises mais recentes tendem a centrar sua atenção sobre a trajetória social do personagem central, Rubião, o que possibilita valorizar adequadamente a minuciosa e profunda, se bem que sutil, descrição que Machado de Assis faz da sociedade brasileira do II Império e, de forma mais específica, da sociedade do Rio de Janeiro da segunda metade do século XIX. Deixando de lado ou reduzindo em importância questões que haviam se tornado verdadeiros lugares-­comuns em qualquer discussão sobre o romance - como, por exemplo, o pessimismo do autor/narrador, os princípios filosóficos de Quincas Borba e a maldade de Sofia -, mo­dernamente procura-se mostrar que a valorização exacer­bada de certos elementos extraídos do contexto geral da obra leva a verdadeiras armadilhas teóricas que se esten­dem indefinidamente, não dão resultados concretos e, pior, desviam a atenção dos temas verdadeiramente essenciais.