segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Trechos da obra "Morte e Vida de Severina


"...E não há melhor resposta que o espetáculo da vida:vê-la desfiar seu fio,que também se chama vida,ver a fábrica que ela mesma,teimosamente, se fabrica,vê-la brotar como há pouco em nova vida explodida;mesmo quando é assim pequena a explosão, como a ocorrida; mesmo quando é uma explosão como a de há pouco, franzina;mesmo quando é a explosão de uma vida severina"


“Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra,no mesmo ventre crescidosobre as mesmas pernas finas,e iguais também porque o sangue que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos iguais em tudo na vida,morremos de morte igual,mesma morte severina: que é morte de que se morre de velhice antes dos trinta,de emboscada antes dos vinte,de fome um pouco por dia[...]“
Essa cova em que estás,com palmos medida,é a conta menor que tiraste em vida.
É de bom tamanho,nem largo nem fundo,é a parte que te cabe deste latifúndio.
Não é cova grande,é cova medida,é a terra que querias ver dividida.
É cova grande para teu pouco defunto mas estarás mais acho que estavas no mundo.
É uma cova grande para teu defunto parco,porém mais que no mundo te sentirás largo.
É uma cova grande para tua carne pouca,mas a terra dada não se abre a boca.”

Um comentário:

vestibulandos2008 disse...

FICOU MUITO BOM MESMO,BEM COMPLETO,COM ÓTIMOS ASSUNTOS E FOTOS RELACIONADAS À OBRA.